Após
a derrota na eleição presidencial mais apertada desde a redemocratização, Aécio
Neves disse neste domingo que a principal tarefa da presidente reeleita Dilma
Rousseff (PT) é unir o Brasil, um apelo também feito por correligionários e
aliados do tucano.
Menos conciliador no discurso do que Aécio, o
senador José Agripino (DEM-RN), coordenador da campanha derrotada, afirmou que
o novo governo Dilma começa "em contagem regressiva" e, embora tenha
dito ser cedo para falar da eleição de 2018, avaliou que Aécio foi "um
gigante" e emerge do pleito como principal nome da oposição.
"Cumprimentei agora a pouco por telefone
a presidente reeleita e desejei a ela sucesso na condução do seu próximo
governo. E ressaltei: considero que a maior de todas as prioridades deve ser
unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifique a todos os
brasileiros", disse Aécio em pronunciamento em um hotel na região central
de Belo Horizonte.
Com quase a totalidade dos votos apurados,
Dilma tinha 54,4 milhões de votos e Aécio contabilizava 50,9 milhões de votos.
"Mais vivo do que nunca, mais sonhador do que nunca, eu deixo essa
campanha ao final com o sentimento de que cumprimos o nosso papel", afirmou
o candidato do PSDB.
Agripino também defendeu a busca pela união
nacional após a eleição apertada deste domingo, mas fez uma análise do
resultado eleitoral segundo o qual, nas palavras dele, “o Brasil que produz
votou em Aécio”.
"O Brasil tem uma locomotiva, e essa
locomotiva chama-se São Paulo. São Paulo não deu só uma vitória a Aécio. Deu
uma vitória esmagadora a Aécio. O Sul idem, o Sudeste teve uma situação
equilibrada. O Brasil produtivo do Centro-Oeste idem. Isso tudo tem que ser
levado em conta", avaliou Agripino.
Senador eleito por São Paulo na eleição deste
ano, José Serra, presidenciável derrotado pelo PSDB em 2002, avaliou que o PSDB
e a oposição sai fortalecida da disputa, mas disse que o trabalho da classe
política a partir de segunda-feira será o de unir o Brasil.
"O PSDB teve 50 milhões de eleitores que
o apoiaram. Em 2010 nós tivemos 44 (milhões), agora tivemos 50, isso mostra a
força do nosso partido e inclusive a capacidade de fazer a pauta das coisas que
são fundamentais para o país. Uma oposição pode fazer uma grande contribuição
ao Brasil se souber criticar o que está errado e souber propor", disse.
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